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A importância do Músculo Psoas para a nossa saúde física e mental, vitalidade e bem-estar.

O músculo psoas é um dos músculos mais profundos e influentes do corpo humano, e sua importância vai muito além da função motora. Ele conecta a parte inferior da coluna ao fêmur e está diretamente relacionado à postura, respiração, estabilidade emocional e vitalidade (KENDALL et al., 2005; TRAVELL; SIMONS, 1999).

Vamos entender por que o psoas é considerado por muitos como o “músculo da alma”.



Na visão da Medicina Ocidental | Fisioterapia


Anatomicamente o Psoas é o músculo mais profundo e estabilizador do corpo humano. Tem origem nos corpos vertebrais de T12 à L4 e processos costais de L1 à L4, e faz uma diagonal, passando pelo abdômen, vindo para a parte anterior entre o quadril e o fêmur inserindo-se no trocânter menor. É um músculo volumoso e fusiforme, composto por duas porções: Psoas Maior e Psoas Menor. Inervado pelos ramos musculares do plexo lombar. Conecta a parte superior do corpo com a parte inferior. Ele age diretamente na coluna lombar como estabilizador para o ilíaco e como flexor do quadril.


Anatomicamente:

Músculo Psoas: Ação: Flexão e extensão da coluna lombar; flexão e rotação do quadril

Músculo Ilíaco: Ação: Flexão do quadril

 

O Psoas tem essa característica de sair anatomicamente de um lugar especial, a coluna, para um local que nos move na vida, o sistema locomotor. Se formos pensar de uma maneira diferente: o Psoas é como uma ponte entre a coluna, responsável por nos manter em pé, que nos dá a sustentação e o quadril, a báscula de pelve, nos auxiliando no sistema locomotor, que quer dizer “o andar da vida”, o se locomover, se movimentar.


Principais funções:


1. Estabilidade e Postura

O psoas estabiliza a pelve, auxilia na curvatura lombar e mantém a postura ereta. Quando encurtado ou rígido, pode causar dor lombar, desequilíbrio pélvico e até problemas nos joelhos ou ombros (KAPANDJI, 2007; MYERS, 2020).

 

2. Respiração e Diafragma

Por estar intimamente relacionado ao diafragma, o psoas influencia diretamente a respiração. Tensões crônicas nesse músculo podem restringir a amplitude respiratória e perpetuar estados de ansiedade e estresse (COURTNEY, 2009; CHAITOW; BRADLEY; GILBERT, 2002).

 

3. Estresse e Memória Somática

O psoas se ativa automaticamente em situações de estresse, participando do reflexo de luta ou fuga. Em casos de trauma ou estresse crônico, esse músculo tende a permanecer contraído, influenciando o sistema nervoso autônomo e dificultando o relaxamento (LEVIN, 1997; VAN DER KOLK, 2014; SAPOLSKY, 2004).



Na visão Taoísta, o Psoas é falado como o “Músculo da alma”







Merriam-Webster define a palavra alma como a essência imaterial, princípio de animação, o eu total de uma pessoa, ativo e essencial; a natureza moral e emocional dos seres humanos. Expressando o nosso desejo mais profundo de integridade, paixão e possibilidade, nossos Psoas revelam qualidades da alma impregnadas de nossa própria carne e sangue.”






Na visão Taoísta, dentro do nosso corpo físico, surge um tecido bio-inteligente chamado Psoas. Este tecido misterioso é definido dentro do paradigma biomecânico como um músculo estabilizador do núcleo, mas o Psoas, como a língua, é mais um órgão da percepção do que um músculo anatômico ou funcional. É o filé mignon do corpo humano - suculento, delicado, macio e muito receptivo.

O Psoas é um mensageiro do núcleo. Crescendo a partir da linha intermediária embrionária, serve como uma ponte entrelaçando camadas múltiplas, sistemas e expressões dinâmicas sutis. Ao juntar o sistema nervoso central com cérebro entérico (intestino), o Psoas literalmente incorpora nosso impulso mais profundo para a sobrevivência e, mais profundamente, nosso desejo elementar de florescer. Sua mensagem pode ser melhor compreendida quando escutamos profundamente e respeitosamente os Psoas e nos sentimos no tecido, que, como um pêndulo, vibra a sabedoria interior. Iluminando uma ressonância energética, o nosso Psoas é realmente um sistema de suporte dedicado para ser um organismo humano coerente.

O Psoas direito e esquerdo, une a parte superior do corpo com a parte inferior, representando assim uma função bastante especial: pense espiritualmente por um momento, é o conceito de ligar o Eu superior à Presença Terrena.

Ele é o núcleo de nossos corpos funcionais, cria flexibilidade, mas também funciona como um estabilizador profundo, apoiando o corpo humano, como um arco nas estruturas de construção. Suporta muitos dos nossos órgãos internos ou vísceras. Pense nisso como uma prateleira para intestinos, rins, fígado, baço, pâncreas e bexiga. Qualquer contração do músculo psoas irá massagear esses órgãos, e devido à proximidade deles pode "desempenhar um papel como um reator para esses estímulos, afetando assim o que comumente são chamados de" sentimentos intestinais ".




O ponto de encontro do Psoas está no diafragma em T12 ou L1 (pode variar) e esta junção no corpo é conhecida como o plexo solar (Chákras). Esta área, uma rede nervosa, está relacionada com os sentimentos de "borboleta" que podemos obter quando estamos nervosos ou excitados. É notável que o músculo psoas também esteja ligado ao diafragma e, portanto, ao nosso alento, e aos sentimentos que podem afetar a frequência de nossa respiração, como nervosismo, ansiedade, excitação.

O Psoas é um dos principais músculos que afetam a parte inferior das costas, então, com qualquer dor nas costas, sua condição garante atenção.



Por causa de sua posição central profunda, sua proximidade com nossos "sentimentos intestinos" e nossas vísceras internas, a tensão emocional pode se manifestar nos psoas criando dor debilitante e rigidez.

Trabalhar através das emoções é um fator chave no tratamento da dor nas costas causada pelos psoas profundos, além de encontrar o equilíbrio certo de qualidade de movimento e fluxo sem restrições.


Estudos recentes relatam que o Psoas é composto de Tecido Bio-Inteligente, considerado um órgão de percepção, incorporando nosso desejo mais profundo de sobreviver e florescer, ou seja, ele é o mensageiro primário do sistema nervoso central, considerado o porta-voz das nossas emoções.


Na Medicina Tradicional Chinesa | Acupuntura


Na visão de abordagens somáticas e da Medicina Tradicional Chinesa, o psoas é visto como um canal profundo de energia (Qi), contribuindo para o fluxo vital e para a autorregulação emocional (MYERS, 2020; KELEMAN, 1985). Liberá-lo pode promover sensação de alívio, leveza, criatividade e conexão consigo mesmo.

O Psoas, é o principal centro de energia do corpo. Quanto mais flexível e resistente é o Psoas, mais será o nosso fluxo de energia vital através dos ossos, músculos e articulações. Ele é um órgão de canalização da energia, um núcleo que nos conecta com a terra, traduz a energia da linha média (um) para baixo e para dentro das (duas) pernas e pés. À medida que os fluxos gravitacionais transferem peso através dos ossos, tecidos e músculos, na terra, a terra se recupera, fluindo de volta as pernas e a espinha, energizando, coordenando e animando a postura, movimento, expressão e vitalidade. É uma conversa ininterrupta entre o eu, a terra e o cosmos.

O Psoas é selvagem e primitivo. É parte do cérebro reptiliano, a mais antiga parte interior do tronco cerebral e da medula espinhal envolvendo inervações sensoriais principais e associada ao toque fino, sensação de vibração e propriocepção (própria capacidade de sentir-se). Muito antes de a palavra falada ou a capacidade de organização do córtex se desenvolver, o cérebro reptiliano, conhecido por seus instintos de sobrevivência, manteve o nosso núcleo essencial de funcionamento. No fundo do núcleo primitivo, há uma série de padrões energéticos, que trazem um campo contextual de ascendência passada, padrões familiares atuais, impressões ambientais e, o mais importante, nosso direito de nascimento para a sabedoria bio-integral.

De natureza biomédica, o Psoas não é um viés. Não está comprometido com a manutenção ou a manutenção de um organismo bi pedal voltado para frente / impulso. Em vez disso, quando liberado da escravidão cultural e histórica, o Psoas acende suas origens primordiais de possibilidade, provocando um surgimento criativo momento a momento. Está resiliência central é exigida neste momento no tempo e no espaço - soluções criativas, novas ideias e corações abertos são o que é necessário em um mundo em rápida mudança. Estar ciente dos Psoas revela não só a nossa experiência humana pessoal, mas também provoca o potencial desconhecido da espécie humana que se manifesta no âmbito maior da vida.

Os orientais, principalmente os chineses, tibetanos e indianos (medicina Ayurveda), acreditam que no abdômen está concentrada uma grande carga de energia devido aos centros de Energia conhecidos como chákras. Se formos pensar como a Ayurveda da Índia, existem 4 dos 7 chákras que passam por essa região. Ou seja, a energia vital é influenciada e influencia o músculo Psoas.

O pensamento chinês também aponta que o baixo ventre (“triplo aquecedor”), principalmente para as mulheres, deve passar por uma atenção maior, em relação a invasão do frio, do vento, da umidade, da secura que influenciam essa região. Além disso, existe muita força nessa região, em especial nas mulheres. Prova disso é que esse é o lugar onde se gera um novo ser humano.


O Psoas junto com o diafragma, são ou deveriam ser, mantenedores de uma lordose fisiológica, ou seja, quando a coluna lombar retifica e ou inverte sua curvatura, pode significar uma perda de ação ou mudança do ponto fixo do Psoas e do diafragma, as consequências pode ser, dores lombares, hérnias de disco, entre outras patologias.

O tratamento começa a partir de uma atenção inicial, a queixa principal, que é a dor.

A acupuntura ajuda a desestagnar e desbloquear a circulação dos meridianos, melhorando o estado geral. Depois vai trazendo a consciência de que através de um tratamento você consegue reequilibrar todo um corpo, mente e alma.

A medicina tradicional chinesa é uma sistemática de trazer a pessoa para o equilíbrio, para ter saúde e se manter com bem-estar e reconquistar a qualidade de vida. Nunca indo apenas pelo sintoma, o tratamento deve ser global, indo em busca da origem da doença na alma. Se não for assim, a pessoa vai voltar a ficar arcada novamente, vai ter a capacidade de locomoção diminuída novamente, dor, baixa amplitude de movimento articular. O Psoas vai trazer esses sintomas novamente para que a pessoa percebe que o buraco é mais embaixo. Auxiliamos a queixa principal, mas é preciso entender a origem, ir buscar lá na alma porque o Psoas está com problema.  A doença nasce do desequilíbrio e da falta da consciência.


Através da acupuntura e da medicina chinesa é possível despertar na pessoa a percepção do que ela precisa observar e mudar nela, o autoconhecimento.

Um ponto de vista da reflexologia

Esse método de cura remota há mais ou menos 2.500AC, quando os egípcios já demostravam utilizar tais conhecimentos através das pinturas arqueológicas. Acredita-se que a técnica tenha sido compreendida mais tarde pelos budistas indianos, que teriam levado o conhecimento para a China, onde é aplicada até a data de hoje.

Foram os chineses os mais interessados em estuda-las e desenvolvê-las. Escrituras antigas detalhavam o conhecimento sobre o método em relação aos pontos de reflexão encontrados em partes do corpo.

A técnica se tornou conhecida no ocidente através dos estudos de alguns médicos europeus que comprovaram os diversos benefícios oferecidos pela reflexologia podal, como os do Dr. P. Nogier, os médicos Adamus e A’tatis, Dr. Willian Fitzgerald, Dr. Joseph S. Riley e a Dra. Eunice Inghan.



É interessante mapear os Psoas nos pés de um ponto de vista de reflexologia. Você pode ver que os Psoas cobrem os arcos mediais dos pés, que é extremamente importante para suportar e manter a postura e a marcha. Abrange uma área muito grande do pé, que apenas destaca a sua enorme importância em nossas vidas, oferecendo apoio na perspectiva física, mental e espiritual.



Dica:

Se você sofre com dor nas costas, por que não use a reflexologia no auto tratamento, massageando a área em vermelho mostrada no mapa do pé.


Como Cuidar do Seu Psoas

  • Alongamentos suaves (posição do bebê feliz, alongar com consciência).

  • Respiração diafragmática profunda.

  • Terapias corporais como acupuntura, liberação miofascial e massagem terapêutica.

  • Movimentos conscientes: Pilates, yoga, caminhada com presença.

  • Regulação emocional: meditação, relaxamento guiado, escuta do corpo.


Conclusão

Cuidar do psoas é cuidar da base da sua vitalidade, da resiliência emocional e do fluxo livre de energia no corpo. Ele é o elo entre o físico e o emocional, entre a terra e o coração. Ao ouvir o seu psoas, você se reconecta com o seu centro.


Até o próximo post!

Claudia G Pereira

Fisioterapeuta e Acupunturista



📚 Referências

  • CHAITOW, Leon; BRADLEY, Dinah; GILBERT, Christopher. Multidisciplinary Approaches to Breathing Pattern Disorders. Edinburgh: Churchill Livingstone, 2002.

  • COURTNEY, Rosalba. The functions of breathing and its dysfunctions and their relationship to breathing therapy. International Journal of Osteopathic Medicine, v. 12, n. 3, p. 78–85, 2009.

  • KAPANDJI, I. A. Fisiologia Articular: Membro inferior (Vol. 2). 6. ed. São Paulo: Manole, 2007.

  • KELLEMAN, Stanley. Emotional Anatomy: The Structure of Experience. Berkeley: Center Press, 1985.

  • KENDALL, Florence P. et al. Músculos: provas e funções com postura e dor. 5. ed. São Paulo: Manole, 2005.

  • LEVINE, Peter A. Waking the Tiger: Healing Trauma – The Innate Capacity to Transform Overwhelming Experiences. Berkeley: North Atlantic Books, 1997.

  • MYERS, Thomas W. Anatomy Trains: Myofascial Meridians for Manual and Movement Therapists. 4. ed. Edinburgh: Elsevier, 2020.

  • SAPOLSKY, Robert M. Why Zebras Don’t Get Ulcers: The Acclaimed Guide to Stress, Stress-Related Diseases, and Coping. New York: Henry Holt and Company, 2004.

  • TRAVELL, Janet G.; SIMONS, David G. Myofascial Pain and Dysfunction: The Trigger Point Manual. Volume 2 – The Lower Extremities. Baltimore: Williams & Wilkins, 1999.

  • VAN DER KOLK, Bessel. The Body Keeps the Score: Brain, Mind, and Body in the Healing of Trauma. New York: Penguin Books, 2014.

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