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Sensação de pedrada na panturrilha?


O que é Síndrome da Pedrada?

Caracterizada pelo surgimento de sintomas como dor forte e intensa na panturrilha (popularmente chamada de batata da perna) algumas vezes acompanhada de um estalido audível, que surge ao realizar algum exercício físico intenso como a corrida. O corredor pode até acreditar que levou uma pedrada na região da panturrilha.


Entendendo o funcionamento da lesão......

A lesão mais comum no esporte que acomete os membros inferiores é o estiramento muscular. Que resulta muitas vezes em afastamento das atividades, dor, limitação funcional e redução do rendimento esportivo.

O estiramento muscular é uma lesão indireta, provocada pelo alongamento das fibras musculares além dos limites normais (fisiológicos), acometendo frequentemente os músculos isquiostibiais e o tríceps sural (músculo da panturrilha).


Esses músculos apresentam as seguintes propriedades em comum:

  • São biarticulares

  • Predomínio de fibras musculares Tipo II (fibras de contração rápida)

  • Desenvolve alta potência

  • Fadigam rapidamente

Na panturrilha os músculos mais envolvidos são os gastrocnêmios (medial e lateral) e o sóleo. Juntos eles realizam os movimentos combinados de flexão do tornozelo, contribuem para flexão de joelho e realizam a frenagem da extensão do tornozelo (contração excêntrica) durante a corrida. Geralmente o ponto de transição entre o músculo e o tendão do gastrocnêmio medial é o mais afetado pelo estiramento muscular.

A corrida de tiro é a que mais causa a Síndrome da pedrada. Fato que pode ocorrer tanto na aceleração quanto na desaceleração do movimento durante a realização das contrações excêntricas, caracterizada pelo alongamento gradativo das fibras musculares em decorrência do torque muscular ser de magnitude inferior à resistência imposta. A tensão erada na contração excêntrica é maior que a contração concêntrica, predispondo o músculo ao aparecimento da lesão.


Exame físico

  • Edema local

  • Maior tensão no tecido ao redor, podendo apresentar áreas de depressão local (visível ou palpável)

  • Pode haver hematoma (lesão de maior gravidade e extensão)

  • Dor local (principalmente contra resistência)

  • Impotência funcional

Atenção: lesões antigas e cicatrizadas podem gerar áreas de tensão muscular elevadas, com limitação do arco de movimento e perda de flexibilidade local.


Fisiologicamente explicando....

A lesão causa um desarranjo na estrutura das fibras musculares, desencadeando:

  • Necrose (morte celular)

  • Processo inflamatório (ocorre nos primeiros dias após a lesão)

  • Fase de reparo (começa entre sete a dez dias após a lesão) – a cicatrização inicial é frágil e rígida

  • Fibrose

Recidivas: relativamente frequente ocorrem na primeira semana, porém podem ocorrer após algumas semanas da lesão. O fator importante a considerar para a recidiva é a alteração da biomecânica normal – o tecido formado no local da lesão é rico de tecido fibroso, sem suas características contráteis, tem tendência a rigidez o que pode levar a limitação do arco de movimento. Por outro lado, as fibras regeneradas podem comprometer a função de contração na área afetada.

Outros fatores ainda precisam de mais estudos científicos, para a recidiva como:

  • Deficiência de flexibilidade

  • Desequilíbrios de força muscular (agonista x antagonista)

  • Distúrbios nutricionais

  • Distúrbios hormonais

  • Alterações anatômicas

  • Infecções

  • Fatores do treinamento (incoordenação dos movimentos, técnica incorreta, sobrecarga e fadiga muscular)

Exames de diagnóstico: Ultrassonografia e Ressonância Magnética


Tratamento:

  1. Clínico: prescrição de analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares

  2. Fisioterapêutico:

  • Fase aguda: crioterapia + compressão local (durante os 3 primeiros dias)

  • Repouso do membro afetado (podendo ser indicado o uso de órtese)

  • Elevação do membro acometido (para drenagem de edema e hematoma)

  • Cinesioterapia

  • Reabilitação


Tempo de recuperação: vai depender da gravidade do estiramento variando de 2 semanas a 1 ano:

  • Grau 1: leve estiramento muscular | 2 semanas

  • Grau 2: Moderado estiramento muscular | 8 a 10 semanas

  • Grau 4: Ruptura da fibra muscular | 6 meses a 1 ano


Diagnóstico precoce: Extremamente importante por apresentar uma alta taxa de incidência de recidiva. Uma das lesões mais frustrantes ao tratamento para os médicos, fisioterapeutas, treinadores e os próprios atletas.


Como prevenir o estiramento muscular: Investigando a causa da 1° lesão

  • Excesso de treino

  • Pouco tempo de intervalo entre os treinos

  • Compensações musculares

  • Falta de flexibilidade

  • Tipo de pisada


Atenção ao uso excessivo do corpo humano e bons treinos!



Dra Claudia Guerra Pereira

Fisioterapeuta pela UNESA

Pós Graduando Cinesiologia, Biomecânica e Treinamento Físico pela UNESA

www.espacochi.com

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